O Ministério da Saúde ignorou um parecer da própria pasta que recomendava a compra de seringas com entrega por frete aéreo, mais rápido, para garantir que o país tivesse insumos suficientes para efetuar vacinação contra a COVID-19. As informações são do jornal O Globo. Em negociação com a Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS para a aquisição dos produtos, o Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do órgão defendeu a compra de seringas com entrega por avião, ainda que com preço maior, argumentando que o mercado brasileiro não conseguiria suprir a demanda do Programa Nacional de Imunização (PNI) no tempo previsto.
Mesmo com o alerta, a secretaria executiva do Ministério da Saúde, comandada pelo oficial do Exército Élcio Franco, decidiu ignorar as recomendações do departamento “mesmo cientes das diferenças quanto ao tempo da entrega”. É o que apontam documentos obtidos pelo Globo via Lei de Acesso à Informação. De acordo com os documentos, a previsão para a chegada da primeira remessa de entregas no país via marítima é 25 de janeiro, com 1,9 milhão de unidades. Depois disso, a próxima entrega só aconteceria em março. Se a compra fosse realizada com frete por via aérea, o Brasil já teria recebido em dezembro do ano passado 20 milhões de seringas.
Fonte: Isto É