O governo do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está acompanhando de perto os acontecimentos no Brasil relacionados aos direitos humanos e à preservação ambiental, mas pretende continuar fortalecendo os laços econômicos e comerciais com o país sul-americano, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, na segunda-feira (08/02). Ao ser questionada sobre pedidos de entidades e membros do Partido Democrata para que negociações comerciais com o Brasil fossem suspensas devido a preocupações com os direitos humanos e o meio ambiente, Psaki disse que o governo Biden não se absterá de levantar preocupações quando houver diferenças com o presidente Jair Bolsonaro.
“Não vamos nos abster em áreas em que discordamos, seja quanto ao clima ou os direitos humanos ou outra questão”, disse Psaki. Ela afirmou que “obviamente há uma relação econômica significativa” entre os dois países e que os EUA seguirão buscando oportunidades de cooperação. A porta-voz destacou que o governo Biden anunciou, em 05 de fevereiro de 2021, uma ajuda adicional de 300 mil dólares (R$ 1,5 milhão), proveniente da Agência para Desenvolvimento Internacional americana, para a resposta emergencial do Brasil à COVID-19. “Somos de longe o maior investidor no Brasil, inclusive em muitas das empresas brasileiras mais inovadoras e focadas no crescimento, e continuaremos a fortalecer nossos laços econômicos e aumentar nosso grande e crescente relacionamento comercial nos próximos meses”, afirmou.
O embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster, saudou os comentários de Psaki e disse que o Brasil espera expandir os laços comerciais e está “totalmente a bordo” para abordar preocupações com o desenvolvimento sustentável e as mudanças climáticas. “O que nós queremos é continuar trabalhando com o Estados Unidos”, disse o embaixador numa conferência organizada pela Associação Comercial Internacional de Washington, destacando que o investimento brasileiro teve forte aumento na última década.
Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em 2018, último ano para o qual há dados disponíveis, os EUA foram o maior investidor direto no Brasil, com 134,1 bilhões de dólares. Já os investimentos brasileiros nos EUA cresceram 356% entre 2008 e 2017, alcançando 42,8 bilhões de dólares em 2017.