Número de brasileiros que pediram para retornar ao Brasil chegou a 40 mil em julho de 2020. Antes do surgimento da COVID-19, eram 100 ao ano
As medidas impostas para combater o novo coronavírus atingiram em cheio brasileiros que moram ou que estavam a passeio no exterior. Desde a chegada da doença, no início do ano passado, as autoridades se mobilizaram para impedir a circulação de pessoas e, com isso, a disseminação do vírus. Isso resultou em um número alarmante de pedidos de repatriação.
Segundo o Itamaraty, a taxa de brasileiros que pediram para retornar ao Brasil – que antes do surgimento da COVID-19 era de 100 ao ano – chegou a 40 mil em julho de 2020: número 400 vezes maior, em comparação ao ano anterior ao surgimento da doença. Até 22 de abril, o ministério já havia gastado cerca de R$ 45 milhões com repatriações emergenciais. Recentemente, o governo editou uma portaria para proibir os voos internacionais para o Brasil que tenham origem ou passagem pelo Reino Unido, após o surgimento de duas variantes recém-identificadas do novo coronavírus.
Sem ver a família há dois anos
A frustração de não poder passar o Natal com os pais e os dois filhos, que não vê há dois anos, transformou-se em angústia por não poder voltar para casa. Além disso, Heloá contou que teve muitos prejuízos financeiros. “Eu moro aqui há três anos e faz dois que não vou ao Brasil. Eu sempre dava um jeito, mas, quando arrumei um emprego, eu fiquei adiando e acabei não indo. Eu queria ver a minha família nas festas de fim de ano. Tive muitos prejuízos financeiros, porque vim para cá para trabalhar, mas agora estou gastando a minha reserva. Devolvi a casa onde eu morava e estou desempregada. Isso me deixou abalada e acabou com o Natal da minha família”, lamentou.