Eficácia geral da vacina ficou em 91,4%. Ponto de controle final dos ensaios de fase 3 foi alcançado após 78 pessoas contraírem COVID-19, anunciaram os cientistas do Instituto Gamaleya. Os dados ainda não foram publicados em revista científica. A FPA vacina Sputnik V, desenvolvida pela Rússia contra a COVID-19, protegeu todos os participantes vacinados de casos graves da doença em testes clínicos, anunciaram nesta segunda-feira (14/12) cientistas do Instituto Gamaleya, em Moscou. Os dados ainda não foram publicados em revista científica.
Principais pontos do anúncio:
Foram 20 casos graves de COVID-19, mas todos ocorreram entre participantes que receberam uma substância inativa, segundo os desenvolvedores da Sputnik V. Nenhum voluntário vacinado teve um caso grave da doença. A análise foi feita com 22.714 participantes. Desses, 17.032 receberam as duas doses da vacina, e os outros 5.682 receberam um placebo.
O “ponto de controle” final do estudo foi alcançado, com 78 infectados pela COVID-19. Desses, 62 estavam no grupo que recebeu uma substância inativa (placebo). Os outros 16 tinham recebido a vacina. A eficácia geral da vacina ficou em 91,4%. Nenhum efeito adverso foi identificado nos testes. Na Rússia, mais de 200 mil pessoas já foram vacinadas, dentro e fora de ensaios clínicos. Os pesquisadores do Gamaleya disseram não precisar de “pacientes adicionais” nos testes da vacina.
Na prática, se uma vacina tem 91,4% de eficácia, isso significa dizer que 91,4% das pessoas vacinadas ficam protegidas contra a doença. Os cientistas do Gamaleya vão elaborar um relatório com os dados para pedir o registro acelerado da Sputnik V em vários países – como Belarus, Índia e Emirados Árabes. Os três países têm ensaios ou contratos de compra e fabricação da vacina.
Mais de 200 mil vacinados
A Rússia também anunciou que mais de 200 mil pessoas já foram vacinadas no país com a Sputnik V, dentro e fora de ensaios clínicos. Até o dia 04, o número estava em 100 mil. O governo russo começou a vacinar grupos com alta exposição à COVID-19, como médicos e professores, ao mesmo tempo em que conduzia testes de fase 3 da Sputnik V.
A manobra foi criticada por especialistas. A terceira fase dos estudos é a última antes que uma vacina seja liberada para a população em geral. Essa etapa serve para que os cientistas testem a segurança e, principalmente, a eficácia da vacina em larga escala. Normalmente, há milhares de voluntários participando.
No caso da Sputnik V, os pesquisadores do Gamaleya pretendiam recrutar 40 mil voluntários. Até agora, 26 mil já foram vacinados. Os cientistas disseram não precisar de mais participantes porque, agora que já sabem da eficácia da vacina, se tornava um dilema ético dar aos voluntários uma substância inativa (o placebo).